Distúrbios do sono são queixas frequentes entre crianças com diagnóstico de autismo, com estimativas apontando até cerca de 85% de indivíduos com sintomas de algum distúrbio do sono.
O sono de má qualidade pode contribuir para a piora dos sintomas cognitivos e comportamentais diurnos, favorecendo sintomas de desregulação do humor, do comportamento e da cognição, assim como sintomas de desatenção e hiperatividade, bem como podendo contribuir para sintomas de estresse parental.
Crianças com diagnóstico de TEA têm maior risco de comorbidades como o TDAH, transtornos de ansiedade, transtornos de conduta, transtornos depressivos, TOC, esquizofrenia etc., os quais são fatores de risco para desenvolvimento de distúrbios do sono. Para o diagnóstico, além da entrevista clínica, podemos utilizar questionários como a Escala de Sonolência Diurna de Epworth e em alguns casos exames objetivos como a polissonografia e o TLMS.
Para o tratamento, estratégias não medicamentosas, de cunho comportamental e ambiental, são amplamente utilizadas na orientação de higiene do sono em todas as faixas etárias. Em relação ao tratamento farmacológico, as evidências mais robustas atualmente relacionam-se ao uso da melatonina.
Fonte: Documento Científico – Distúrbios do Sono no Transtorno do Espectro do Autismo, da Sociedade Brasileira de Pediatria.