Nos últimos anos, muito se fala sobre o aumento do número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). É comum ouvir expressões como “epidemia de autismo”, mas será que isso é realmente verdade? Na postagem de hoje, é isto que iremos discutir.
O que é o Transtorno do Espectro Autista?
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por diferenças na comunicação, interação social e comportamento. O termo “espectro” reflete a variedade de manifestações, que vão desde dificuldades leves até desafios significativos no dia a dia.
Pessoas com TEA podem apresentar interesses restritos, movimentos repetitivos ou sensibilidade sensorial, mas também podem ter habilidades cognitivas e talentos excepcionais. Cada indivíduo é único, e não existe um padrão único de manifestação.
Por que os diagnósticos estão aumentando?
O que observamos hoje não necessariamente indica uma “epidemia”, mas sim uma maior identificação e diagnóstico da condição. Alguns fatores explicam esse aumento:
- Maior conscientização: profissionais, escolas e famílias estão mais atentos aos sinais de TEA.
- Ampliação dos critérios diagnósticos: o espectro autista abrange agora formas mais leves e sutis do transtorno, que antes poderiam passar despercebidas.
- Acesso a serviços e especialistas: mais pessoas têm oportunidade de avaliação adequada, aumentando o número de diagnósticos confirmados.
Portanto, o aumento de casos relatados não significa necessariamente que mais pessoas estão “ficando autistas”, mas que mais pessoas estão recebendo o diagnóstico correto e o suporte necessário.
A ideia de uma “epidemia de autismo” gera medo, preconceito e estigmatização. É importante lembrar que o TEA não é causado por educação, estilo de vida ou vacinas, fatores que muitas vezes aparecem em desinformação propagada nas redes sociais.
A melhor forma de lidar com o aumento de diagnósticos é promover informação de qualidade e apoio a famílias e indivíduos com TEA:
- Educação inclusiva: adaptar escolas e ambientes para acolher necessidades específicas.
- Apoio familiar: orientar e capacitar familiares sobre estratégias de comunicação e convivência.
- Tratamento individualizado: intervenções terapêuticas, médica, psicológicas e ocupacionais para promover habilidades sociais, cognitivas e emocionais.
Não existe uma epidemia de autismo, mas sim uma maior conscientização e diagnóstico da condição, o que é um passo positivo para que crianças, jovens e adultos recebam o apoio que precisam.
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